Ex-servidor ri e ironiza ao ser preso por suspeita de desvio milionário em empresa de energia no RS: 'Quer olhar meu bolso?'; VÍDEO
03/10/2025
(Foto: Reprodução) Ex-engenheiro da CEEE-D chega à delegacia após ser preso por desvio milionário no RS
O ex-engenheiro da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) Jean Marcel Cantarelli Kessler foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (3) por suspeita de ter desviado mais de R$ 18 milhões da empresa no Rio Grande do Sul. A polícia estima, no entanto, que o prejuízo causado com o esquema possa chegar a até R$ 35 milhões.
Kessler foi entrevistado pela RBS TV ao chegar na delegacia. Questionado sobre as suspeitas e se o dinheiro estaria em sua conta bancária, ele riu e ironizou:
"Quer olhar meu bolso aqui? Não sei, não me declaro nada, não tenho que dar explicação para ninguém. A vida é minha, eu faço o que quiser", respondeu o suspeito. Veja o vídeo acima.
O engenheiro foi preso em Estância Velha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele responde por furto qualificado.
Por meio de nota, a CEEE disse que "não compactua com qualquer tipo de desvio e mantém rigorosos processos de compliance para identificar e punir casos semelhantes" (leia a nota, na íntegra, abaixo). O g1 e a RBS TV tentam contato com os advogados de defesa do suspeito.
A investigação da Polícia Civil indica que ele ocupou um cargo na empresa por cerca de seis meses entre 2023 e 2024: atuava em um setor que era supostamente responsável por pagamento de obras. Foi ele mesmo quem pediu demissão.
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Ex-engenheiro da CEEE-D chega à delegacia após ser preso por suspeita de desvio milionário no RS
Reprodução/RBS TV
Desconfiada da possibilidade de desvios, a própria CEEE-D contratou uma auditoria para analisar as contas da empresa. Ela identificou que houve liberação de dinheiro para obras que não foram executadas ou que ainda aguardavam para iniciar.
"O investigado utilizou indevidamente seu login de acesso ao sistema SAP, obtido em abril de 2024, para manipular dados cadastrais e requisições de compras e serviços já previamente aprovadas. O objetivo era direcionar pagamentos fraudulentos para a empresa da qual o suspeito é sócio e administrador único, sediada no mesmo endereço de sua residência", diz a polícia.
Segundo a investigação da Polícia Civil, o suspeito disse que "o sistema era frágil" e que a empresa não conferia os documentos emitidos que davam a permissão para liberação do dinheiro para as supostas obras. Dessa forma, ele colocava a empresa da qual era sócio como responsável pelo serviço na documentação necessária e ele mesmo fazia o encaminhamento para liberação do dinheiro.
Documentos comprovam prejuízo de R$ 18.271.316,39 com o esquema, pois houve "pagamentos fraudulentos direcionados à de titularidade do investigado", mas esse valor pode chegar a até R$ 35 milhões.
A Polícia Civil tenta descobrir, agora, o destino do dinheiro: se caiu em contas pessoais ou de empresas ligadas ao engenheiro.
Por ordem da Justiça, contas ligadas a ele foram bloqueadas.
Fernando C. Vieira/Grupo CEEE
O que diz a CEEE
"A CEEE Equatorial esclarece que, por meio de seu sistema de controles internos, Compliance e de Prevenção a Fraudes, identificou indícios de conduta irregular praticada por um ex-colaborador da companhia. A empresa instaurou imediatamente processo de auditoria interna e acionou as autoridades policiais competentes para a investigação dos fatos e recuperação da totalidade dos recursos desviados.
A CEEE Equatorial não compactua com qualquer tipo de desvio e mantém rigorosos processos de compliance para identificar e punir casos semelhantes. A companhia reforça que investe fortemente em tecnologia para proteção e segurança de seus sistemas informatizados, com confiabilidade para todos.
A companhia reitera ainda que segue colaborando integralmente com as autoridades e reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a integridade em todas as suas operações".
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